segunda-feira, 6 de abril de 2009

Aids aumenta risco de tuberculose, diz relatório da Organização Mundial de Saúde


Um quarto de todas as mortes por tuberculose ocorre em pacientes também infectados com o vírus da Aids, ou o dobro do que se pensava anteriormente, divulgou na semana passada a Organização Mundial de Saúde. Em seu Relatório Anual de Controle de Tuberculose, a organização disse que estar infectado com o vírus aumenta em vinte vezes o risco de se desenvolver tuberculose. Até um terço da população mundial está infectado com a bactéria da tuberculose, mas a infecção fica geralmente adormecida – a menos que o sistema imunológico esteja enfraquecido por subnutrição, alcoolismo, uso de drogas, medicamentos imunossupressivos, Aids ou outras causas. Cerca de 9,3 milhões de pessoas contraem tuberculose todos os anos, diz o relatório, e 1,8 milhão chega à morte. Aproximadamente 456 mil entram na contagem das mortes por Aids, pois as vítimas têm ambas as doenças.
O aparente salto em casos duais não ocorreu graças um aumento nas infecções, mas sim porque países africanos vêm realizando um trabalho mais efetivo em testar pacientes em relação às duas doenças. Curar uma infecção de tuberculose típica exige o uso de cinco antibióticos diferentes por dia, durante seis meses. Porém, a resistência a esses medicamentos é um problema crescente. Cerca de 500 mil pessoas apresentam hoje a tuberculose resistente a múltiplos medicamentos, comum na Europa Oriental e nos países da ex-União Soviética, assim como na China e na Índia. Menos de 1% delas está recebendo tratamento condizente aos padrões da OMS, que incluem injeções diárias de medicamentos tóxicos por dois anos. Mais de 50 países relataram XDR-TB, a forma de mais ampla resistência a medicamentos. Muitos desses pacientes morrem com rapidez, apesar do tratamento.
A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras disse, após a divulgação do relatório, que a tuberculose estava "fugindo do controle".

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