terça-feira, 13 de janeiro de 2009

VALE A PENA ASSISTIR - MAYSA QUANDO FALA O CORAÇÃO


Jayme Monjardim, 52 anos, confessa que relutou em deixar seus dois filhos atuarem na minissérie fazendo o seu papel de filho na vida real.


Manoel Carlos autor da Minissérie e Jayme Diretor geral.


A gaucha Larissa de 30 anos vive a cantora Maysa em minissérie global.



Mesmo que já esteja no seu 5º capítulo, vale a pena acompanhar e conhecer um pouco a história de uma grande artista brasileira que está sendo exibida na rede globo desde o dia 5 de janeiro. Como sou uma mulher muito curiosa para o que é bom, resolvi pesquisar sobre a vida de Maysa, até para entender melhor a sua história, e aqui trago para compartilhar com vocês telespectadores da minissérie.





Logo no primeiro número musical da minissérie Maysa - Quando Fala o Coração, de Manoel Carlos, a cantora atira um pé de sapato nos comensais falastrões de uma churrascaria exigindo atenção. Assim era a paulistana Maysa, temperamental, passional, linda (mais ainda na fase madura), dona de sedutores olhos de oceanos não pacificos, como definiu o poeta Manuel Bandeira, e uma voz de fazer pedra chorar com canções como Ouça e Meu Mundo Caiu.





Interpretada pela gaúcha Larissa Maciel que faz estreia na tevê, aos 30 anos, é essa Maysa intensa, autêntica, inconstante e perturbada que nós estamos vendo em nove capítulos. Uma curiosidade, foi descobrir que o diretor Jayme Monjardim é o filho único da cantora, e para realizar este projeto,pediu ajuda a pessoas que conviveram com ela para recontar sua história, sem endeusá-la.




"Além de procurar um distanciamento pelo fato de ser filho, também tive de ter esse distanciamento como diretor. Consultei essas pessoas para saber se a alma de Maysa estava lá, presente, bacana. Isso para mim era o mais importante", diz o diretor.




Há quem questione o diretor não só pelo comprometimento familiar com a personagem, mas pelo fato de demorar tanto tempo para levar sua história à televisão. Vale lembrar, porém, que Monjardim já produziu um documentário sobre Maysa no final da década de 70, como forma de ?terapia?, que foi levado ao ar pela TV Bandeirantes.




Manoel Carlos também recontou a história da cantora baseado em diários, anotações e todo o material que a própria Maysa guardava sobre sua vida, e também criou situações fictícias, mas possíveis.




O fim da história todo mundo conhece (o acidente de carro na ponte Rio-Niterói que matou a cantora no dia 22 de janeiro de 1977) e é por aí que a minissérie começa, mostrando uma Maysa serena, insone, livre do álcool que comprometeu a saúde e a vida artística. Sonhava em retomar a carreira de sucesso internacional em grande estilo.




A partir da sequência que culminaria na morte, vêm as lembranças de tempos glamourosos, desde a paixão por André Matarazzo, 17 anos mais velho do que ela, o casamento, shows consagradores no Copacabana Palace e em Paris, a lua-de-mel pela Europa - em cenários deslumbrantes como os canais de Veneza e as dependências do Copa.



A minissérie sintetiza diversos aspectos da personalidade da cantora, que por um tempo enfrentou o dilema entre se dedicar à vida familiar e a carreira artística. Como se sabe, ela optou pela segunda. Teve a coragem de chutar para o alto a segurança de uma vida plena na alta sociedade paulistana para dedicar-se à música. Esse foi apenas um dos escândalos que protagonizou, desafiando a moral da época. Maysa teve outros romances polêmicos, caiu em muita bebedeira, mas principalmente sofreu e cantou esse sofrimento por amor como poucas cantoras.