quarta-feira, 3 de junho de 2009

Areia-branquense era um dos passageiros do voo AF 477


O areia-branquense Soluwellington Vieira de Sá, 40 anos, atualmente residindo na comunidade de Juremal, no município de Baraúnas, era um dos 58 brasileiros que embarcaram no Airbus-A330 da Air France, que cumpria o voo AF 447 do Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, até o Aeroporto Charles De Gaulle, em Paris, capital da França, e desapareceu na noite de domingo, 31, quando atravessava o oceano Atlântico. Seu nome passará a fazer parte relação das pessoas identificadas nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira, 3.





No final da tarde de ontem, a esposa - Regiene Rocha, e o irmão da vítima, Solon Henrique Filho, chegaram ao Rio de Janeiro, onde deverão acompanhar o desenrolar das buscas aos destroços. "A empresa em que ele trabalhava tem nos oferecido todo o apoio. É triste porque não vou mais poder ver meu filho, que quando saiu aqui de casa na tarde de sábado eu desejei boa viagem e que Deus cuidasse dele, sem saber que nunca mais o veria novamente", disse o aposentado Solon Henrique de Sá, 81 anos. "Me falam para ter esperança no que possa estar por vir, mas eu, pela experiência de vida que tenho, não posso contar com nada que traga ele de volta", desabafou, emocionado. "Estou sofrendo muito. Ninguém sabe o que é perder um filho diante do que aconteceu. Saiu de casa sorrindo, acenando e já marcando o dia em que estava de volta e acaba desaparecendo para sempre. Estou abalada com tudo isso. Preciso descansar", disse a mãe de Soluwellington Vieira, amparada por uma filha, quando conversou com a equipe de reportagem da GAZETA DO OESTE. Soluwellington tinha como destino final da sua viagem a cidade do Cairo, no Egito, onde ele trabalhava como comandante de uma das embarcações da empresa Geokinetics Geophysical do Brasil Ltda. - que trabalha com pesquisa petrolífera no mar.





Há cerca de quatro anos ele realizava este tipo de deslocamento. Passava 45 dias trabalhando e gozava 20 dias de folga. Casado e pai de duas filhas menores de dez anos, Soluwellington Vieira tinha como meta de vida permanecer naquele país africano pelo menos por mais seis meses e retornaria ao Brasil, onde procuraria emprego em território mais perto de seus familiares. Por volta das 17h de domingo, 31, Soluwellington Vieira falou com Regiene Rocha, sua esposa, e a informou que estaria embarcando no voo com destino a Paris, de onde pegaria outro até o Cairo. "Logo pela manhã de segunda-feira, quando a televisão começou a anunciar o desaparecimento do avião, uma enorme apreensão tomou conta de todos nós por causa do horário em que diziam que o avião tinha decolado. Um filho meu que mora em Areia Branca telefonou para a empresa, já na parte da tarde, e obteve a informação que entristeceu toda a nossa família.





O nome de nosso filho estava entre os desaparecidos", disse Solon Henrique. DESISTÊNCIA - A tragédia envolvendo o avião da Air France com 228 passageiros a bordo, destes 58 brasileiros e dentre eles o norte-rio-grandense Soluwellington Vieira, até o último fim de semana residindo na comunidade rural de Juremal, causou enorme receio de também voar com destino ao Egito à pessoa Sandoval Araújo Filho, também funcionário da Geokinetics Geophysical do Brasil Ltda. e integrante da mesma equipe que era chefiada pelo homem desaparecido. "Eu embarcaria num outro avião na cidade de São Paulo. Estava lá quando soube da tragédia e de que meu amigo estava no meio dos desaparecidos. Então desisti de ir e voltei pra casa. Prefiro procurar outro trabalho por aqui a ter que enfrentar esse perigo.





Já tinha aconselhado ele a também voltar para o Brasil, mas ele insistia em ficar lá até o fim do ano", disse. Ele acrescentou ainda que os salários são satisfatórios, a empresa cumpre com todas as obrigações oferecendo segurança, mas trabalhar no mar do Egito não é para qualquer um. "Ele era uma pessoa muito abnegada pelo trabalho. Cumpridor das ordens e responsabilidades que lhe era oferecidas. Morreu e vai deixar uma grande lacuna não só na família, mas entre seus amigos", declarou.Aeronave era usada para rotas de grandes distâncias.





O avião Airbus A330 pertencente à Companhia Air France deixou o solo brasileiro na noite de domingo, 31, com 228 pessoas a bordo - sendo 216 passageiros e 12 tripulantes e teria desaparecido em mar territorial brasileiro há cerca de 575 quilômetros de Natal, depois de perder contato com os radares. Até o início da noite desta terça-feira, 2, era de 73 o número de passageiros identificados por seus familiares. Com o do areia-branquense Soluwellington Vieira, chega a 74 as vítimas. "Eles só vão relacionar o nome dele quando a mulher e o cunhado chegarem lá e procurarem a empresa", disse Solon Henrique, pai da vítima. A aeronave Airbus-A330, segundo a Folha On Line, faz parte da família 330-340, um grupo de aviões largamente usados para rotas de grandes distâncias, por sua grande capacidade de transporte e desempenho. O A330, modelo de duas turbinas, é vendido pela Airbus, atualmente, em duas configurações diferentes de cadeiras: para 253 ou 295 passageiros.
A Air France opera voos somente com a variante A330-200. Foi uma unidade desse modelo que desapareceu na costa brasileira na madrugada desta segunda-feira. Com produção iniciada a partir de 1995, o A330-200 tem 58,8 metros de comprimento, 60,3 metros de envergadura e capacidade para voar até 12,500 km. Sua velocidade de cruzeiro é de 871km/h, enquanto seus tanques podem carregar 139,1 mil litros de combustível.


gazeta do oeste

Nenhum comentário: