Um paraibano de João Pessoa identificado no Twitter como @josafapfilho colocou anúncio no “Mercado Livre” para vender o seu voto nas eleições deste ano. A notícia foi dada ontem pelo Diário de Natal e chamou a atenção pela forma inusitada escolhida pelo eleitor para protestar a corrupção nas campanhas eleitorais. Ao anunciar a venda do voto, tabelada em R$ 20,00, o paraibano pode ter problema com a Justiça. É crime eleitoral comprar ou vender o voto.
No entanto, pela maneira inusitada de protestar, o eleitor do “Mercado Livre” deve ser perdoado. O protesto, em forma de sátira, expõe uma prática que se tornou comum, embora criminosa, nas campanhas eleitorais. Recentemente, o ex-deputado Ney Lopes de Souza denunciou que a disputa deste ano no Rio Grande do Norte se transformou em “mercado persa”. Ele, que tem um filho candidato a deputado estadual, falou abertamente sobre a cultura da compra e venda de voto, a partir do aliciamento, a peso de “ouro”, de lideranças regionais.
Lopes disse que em determinados municípios o candidato só visita para fazer campanha se tiver “comprado” a liderança local. Do contrário, o “curral” estará fechado. A denúncia do ex-deputado, no duro, não traz nada de novo. Essa prática sempre existiu, em maior ou menor escala. E quem acha que não é bem assim, que tal assistir ao vídeo da vereadora de Natal e candidata a deputado Sargento Regina (PDT), em que ela aparece afirmando ter recebido dinheiro para acomodar interesses pessoais? Leia o que diz Regina: “Fiz uma negociação financeira pessoal com Dickson (Nasser, presidente da Câmara de Natal), para mim, porque eu tenho minhas necessidades.
Não tem nada a ver com o gabinete. Foi de R$ 10 mil. Mas, desse valor, R$ 3 mil vão para o imposto de renda. Com esse dinheiro eu não consegui fazer nada. Queria comprar meu apartamento, não consegui, não pude pagar minhas contas.” Como se pode observar, o anúncio do paraibano de João Pessoa é uma gota no oceano da corrupção nas campanhas eleitorais no país.
Fonte: Cesar Santos
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