segunda-feira, 18 de abril de 2011

O RETROVISOR


Por: César Santos



O homem público gosta de olhar para trás quando o seu passado é exemplar. E assim deve ser. O bom gestor, por exemplo, apresenta o seu trabalho para se credenciar a outro cargo eletivo. Quem já não ouviu um governante ou ex-governante apresentar obras realizadas para convencer o eleitor que é a melhor opção? O retrovisor é o melhor cabo eleitoral. E quando o gestor não cuidou com zelo da coisa pública? Aí, condena o espelho. É o que têm feito os ex-governadores Iberê Ferreira de Souza (PSB) e Wilma de Faria (PSB).



A dupla socialista não quer nem ouvir falar dos malfeitos de suas administrações, que transformaram o Rio Grande do Norte em terra arrasada. Falar do passado, mesmo que recente e castigando a vida das pessoas, é abominável para eles. Recentemente, Wilma procurou condenar a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) por estar mostrando as mazelas deixadas pelo governo passado: “Ela tem que parar de olhar para o retrovisor.” Antes, com o mesmo semblante assustador, Iberê havia suplicado o mesmo.



O passado atormenta a ambos. Agora, seria correto o atual governo jogar para debaixo do tapete a sujeira deixada pelos antecessores? Claro que não. A população tem o direito de saber o que foi feito com o dinheiro público e o Governo tem a obrigação de revelar. Não se trata de perseguição ou coisa parecida, mas, sim, de conscientizar a população para escolher melhor os seus governantes. Aliás, essa de perseguição é a desculpa mais frequente – e esdrúxula – que os políticos usam quando alguém descobre e revela os seus malfeitos. Portanto, nada melhor do que o retrovisor. Para revelar os bons ou maus políticos. Cada um constrói a imagem que vai aparecer no espelho.


Nenhum comentário: